Relacionamentos descartáveis

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Gostaria de compartilhar com você algo que há algumas semanas vem queimando meu coração.
Vivemos atualmente num mundo onde pouco se valoriza a vida, onde pouco se valoriza o amor. Um mundo onde se fala muito sobre paz, mas pouco se respeita. Alguns têm tentado comprar e barganhar o amor. Outros praticam boas obras esperando receber algo em troca. Ainda há aqueles que são capazes de sorrir, quando dentro do coração, o que reina, é o ódio e a falta de perdão.
No entanto, neste artigo, não quero atuar numa linha geral de pensamento. Quero atuar na sua linha. Meu objetivo é fazer você pensar sobre como tem atuado nos seus relacionamentos. Seus relacionamentos são reais ou descartáveis?

Não sei quanto a você, mas até pouco tempo atrás eu tinha um sério problema quanto a me relacionar com pessoas que não pensassem como eu, que não escutassem as mesmas músicas que escuto, que não se relacionassem com Deus como eu me relaciono, que não agiam como eu gostaria que agissem, que não falassem como eu falo, e mais, que não se vestissem “corretamente” ao meu modo de ver, ou mesmo que possuíssem dificuldades (pecados, problemas, etc…) que eu não possuo.
Na verdade, o que existia em meu coração era uma “forma” (pizza ou bolo). Esta forma delineava meus relacionamentos e meus pensamentos. Ela me dava os parâmetros do que era certo ou errado, e saiba, eu “nunca” poderia estar errado, porque esta forma era tão linda e tão vistosa que eu “jamais” poderia ter errado ao construí-la. Acredite! – até Deus entrou na minha forma. Qualquer informação visual ou auditiva que recebesse, se não passasse pelos parâmetros da forma, logo seria descartado porque, certamente, estaria ERRADO!
Ledo engano, caros amigos. Com o passar do tempo, descobri que estava cometendo um grande erro. Descobri que pessoas são diferentes umas das outras e que estas pessoas necessitam de coisas diferentes para poderem se desenvolver. Descobri que todas as pessoas têm virtudes e também erros, porém, os erros delas não são “muito” diferentes dos meus, – o que muda, é somente o nome. Descobri que pessoas têm escolhas, e devo, necessariamente, respeitar suas escolhas. Descobri que uma palavra de ânimo pode tirar uma pessoa do “fundo do poço”. Descobri que mais vale um abraço do que muitas palavras. Descobri que o ser é mais importante do que fazer. Descobri que o estilo de vestir, não revela o coração. Descobri que o modo de falar, não muda o que a pessoa é. Descobri que o amor pode ser refletido através do respeito. Descobri que Deus, que é o princípio e o fim, o alfa e o ômega, não pode ser colocado dentro da minha forma, simplesmente, porque é Deus. – Ele age como quiser, com quem Ele quiser, da forma que Ele quiser e quando Ele quiser.
Com a forma, só é possível construir relacionamentos artificiais e descartáveis, isto é: você só serve para ser meu amigo ou andar comigo até que respeite os parâmetros da minha forma. Qualquer tipo de experiência ou informação que você tenha, que eu nunca tenha tido, é porque: você está errado! ou é mentira!
Para algumas pessoas, apenas reformar a forma já será o bastante para que possam viver melhor. Para outras, talvez seja necessário abandonar a de “ouro” inerrante e recomeçar utilizando uma de barro. Penso que o barro proporcionará uma maior flexibilidade em receber um toque especial do Oleiro.
Então você me pergunta: Como descobriu isso? – Em resposta digo: olhando para vida terrena de Jesus. Jesus amou ardentemente as pessoas. Mais do que apenas ter o sentimento de amor, ele se importou com elas. Jesus mudou a vida de uma mulher adúltera. Transformou a vida de uma mulher samaritana. Restaurou a vida de um cobrador de impostos e por onde passava, pessoas eram impactadas pelo seu carinho, pelo seu amor e pela sua compaixão. Os relacionamentos que Jesus criava eram todos reais.
Que nós possamos aprender a criar relacionamentos reais. Que possamos respeitar as pessoas pelo seu próprio estilo pessoal. Que nossa forma possa estar em constante atualização. Que Deus nos capacite a observarmos mais as virtudes do que os defeitos do próximo e, principalmente, que possamos, por meio do nosso testemunho, impactar outras vidas.

Pense nisso e tenha relacionamentos reais e saudáveis.



Junior Della Mea

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