O Carater Cristão!

terça-feira, 30 de novembro de 2010


Em Romanos 02. 1-2, o Apóstolo Paulo apresenta a nova vida em Cristo. Ele pontua várias questões que sinalizam esta nova vida, afirmando entre tantos assuntos que a mente do cristão deve ser renovada: “renovação da vossa mente”. Esta renovação da mente é a própria transformação do caráter cristão. É lógico que esta transformação é operada pelo Espírito de Deus. O nosso Deus tem prazer em transformar vidas, mudar comportamentos e restaurar o ser humano. Quantos personagens bíblicos foram trabalhados por Deus, foram literalmente transformados em seu caráter. O próprio Apóstolo Paulo teve o seu caráter profundamente mudado a partir do momento em que Cristo entrou em sua vida. Assim ocorreu com Zaqueu, que após Jesus entrar em sua vida e em sua casa houve uma mudança completa, mas para melhor.


Deixemos Deus operar esta mudança em nossa vida, pois quando isso ocorre nossa vida ficará mais limpa e refletirá a luz de Cristo. Quais são alguns aspectos desta

genuína transformação do caráter?

A transformação do caráter não acontece da noite para o dia, salvo exceções. Esse é um processo chamado de santificação. A santificação começa na conversão, se processa durante toda a vida e se completará na eternidade para sempre com Cristo. Esta renovação é um ato contínuo, que precisa ser experimentado a cada dia.

É, acima de tudo, obra do espírito Santo de Deus.

Devemos meditar na palavra dia a dia e orar sem cessar, para que esta transformação se opere a cada dia.

A transformação do caráter não acontece sem dor.

Mudar de caráter vai trazer dores na própria carne e de forma sentimental. Por exemplo, uma pessoa que deixa o vício, com certeza ele sofrerá as dores da abstinência.

Esta é uma dor passageira e suportável. É uma dor benéfica, pois os seus resultados serão os melhores.

Paulo disse que esmurrava seu corpo para fazer a vontade de Deus. Interpretando Ralph Waldo Emersom, podemos dizer: “Das dores de nosso desespero construímos nosso caráter”. Quando Paulo disse que trazia no corpo as marcas de Cristo, era porque a cada dia ele buscava ser mais parecido com o Senhor. Isso é um processo doloroso.

A transformação do caráter exige esforço. É preciso lutar para ter um caráter transformado. A nova vida em Cristo exige mudanças radicais, abandono de maus

hábitos e a libertação das influências pecaminosas. A vida cristã é comparada na Palavra com a vida de um atleta, de um soldado e de um lavrador. Todos esses

precisam lutar muito para alcançar vitórias. Deus opera a transformação, mas o ser humano é parceiro nesta ação.

Deus conta com os esforços humanos. A vida cristã é de lutas e muito trabalho.

A transformação do caráter acontece adotando-se bons hábitos. Nós somos o que fazemos. Disse Theodore Roosevelt: “Eu não me importo com o que os outros

pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter”.

Precisamos mudar de hábitos a cada dia, mesmo que isso seja doloroso. Esta mudança passa por novas atitudes ou práticas na área da oração, adoração, leitura da Palavra,

evangelização, discipulado, relacionamentos, amizades, vida familiar, etc. Quando Deus mudou o ser de Paulo, logo os seus hábitos foram alterados. Ele agora tem novos amigos: os cristãos; ele passa a freqüentar novo ambiente: a sinagoga; e, possui uma nova conversação: ele passa a pregar o Evangelho.

Que Deus opere em nós a transformação diária de nosso caráter cristão, pois este é o verdadeiro aperfeiçoamento. Abramos-nos para Ele operar em nós a cada dia, mesmo que existam dores e dependa de muito esforço, Comprovemos esta transformação através de novos hábitos. Deus nos ajude!

Porta estreita ou Porta larga: Por qual entraremos?

quinta-feira, 18 de novembro de 2010





“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;



e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.”


(Mateus 7:13,14)



No capítulo 7 do evangelho de Mateus, o Senhor Jesus, no bastante conhecido “Sermão da Montanha”, nos mostra sobre os duas portas (ou caminhos), que estão à frente de todo aquele que almeja entar no Seu Reino.



Ele é enfático em afirmar que enquanto muitos vão querer entrar pela “porta larga”, poucos entrarão pela “porta estreita”.



Mas afinal, o que significaria essas duas portas?



Muitos confundem esta metáfora feita por Cristo como se tratasse de igrejas rígidas ou liberais no tocante a forma de conduzir o culto, pelas normas, pelo estatuto, enfim, pelos usos e costumes das mesmas.



Ao meu ver essa seria uma interpretação muito superficial e aquém da profundidade das palavras do Mestre.



A “porta larga” representa o falso evangelho, os falsos profetas, as seitas travestidas de igrejas. É onde você pode viver uma vida inteira no engano de uma religião seguindo dogmas e ritos, acomodado e com uma vida sem a prática dos ensinos da Palavra de Deus.



Na “porta larga”, o pecado não é condenado e o poder humano se sobrepõe as doutrinas essenciais do evangelho de Cristo. Lá a Bíblia é deturpada e a filosofia e o secularismo já tomou conta de tudo.



São lugares onde seus ministros falam aquilo que o povo quer ouvir e não o que necessitam:



“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as suas próprias concupiscências; e desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” (2 Timóteo 4:3-4)



Já a “porta estreita” é aquela em que a pessoa está disposta a se arrepender de verdade, a “morrer” com Cristo, a sacrificar a carne em prol do espírito.



Onde se luta para cumprir os mandamentos bíblicos, buscar o Reino de Deus em primeiro lugar, romper com o mundo e praticar a justiça, o perdão aos imigos, a fé e o amor.





Na “porta estreita” o foco é a prática da Palavra e não viver debaixo de um formalismo religioso que impede o manifestar da pessoa de Cristo em nós.



É a porta que Moisés optou:



“escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. “(Hb 11:25-26) e a que fez o apóstolo Paulo declarar:



“Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à submissão, para que, depois de pregar a outros, eu mesmo não venha a ficar reprovado.” (Coríntios 9:27 )



A “porta estreita” é viver o evangelho da Cruz de Cristo, onde renunciamos nossos desejos carnais e nos gloriamos somente no sacrifício que Ele fez por nós.



Entrar por esta porta não é fácil, pois exige renúncia num mundo tomado pelo materialismo, pelo egoísmo e pelo pecado. Por isso muitos preferem o cômodo e fácil caminho da “porta larga”.



Mas há uma grandiosa recompensa para aqueles que optam em seguir o caminho estreito que exige o verdadeiro evangelho de Jesus Cristo:



“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai. Possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;” (Mt 25:34)



Esta é a recompensa para quem quer pagar o preço de uma vida cristã autêntica.



Que o Senhor Deus tenha misericórdia e desperte os que estão dormindo no engano da “porta larga”.



E que dê força para aqueles que já optaram pelo “estreito” caminho que leva à salvação eterna.


Créditos - http://despertaigreja.com






Hoje se comemora no mundo todo os 493 anos da Reforma Protestante - mas, o que significa seu lema "igreja reformada, sempre se reformando"?

segunda-feira, 1 de novembro de 2010




Há vários lemas que os reformados gostam de usar para identificar e resumir as marcas da Reforma: Sola Scriptura, Sola Fides, Solus Christus, Sola Gratia, Soli Deo Gloria e o moto Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est. Mas, como tudo na vida, eles têm sido entendidos e usados de maneira diferente pelos que se consideram herdeiros da Reforma.

É o caso especialmente do “Ecclesia Reformata et Semper Reformanda Est”, de autoria do reformado holandês Gisbertus Voetius (1589-1676), à época do Sínodo de Dort (1618-1619). Este slogan, que pode ser traduzido como “A Igreja é reformada e está sempre se reformando”, tem sido interpretado como se Voetius estivesse dizendo que uma característica da Igreja Reformada é que ela está sempre mudando. Contudo, é difícil imaginar que Voetius, calvinista estrito, que participou em Dordrecht da disputa contra os discípulos de Armínio, tivesse usado este lema para encorajar a abertura da Igreja para novas idéias de qualquer tipo – seria o mesmo que dizer que os seguidores de Armínio estavam certos e que a Igreja Reformada deveria se abrir para uma reforma de natureza arminiana na sua soteriologia! Voetius estava tentando qualificar o argumento deles de que a Igreja deveria estar aberta para receber novas luzes sobre pontos que pareciam imutáveis. Voetius não negou o princípio da reforma constante, mas destacou que o alvo era sempre retornar às Escrituras, que tinham sido a base da Reforma. E na compreensão dele e do Sínodo de Dort, as idéias dos seguidores de Armínio certamente não representariam um retorno às Escrituras.

É importante notar que o aforismo de Voetius não foi “ecclesia reformans”, que significaria que a Igreja se reforma a si mesma, mas “ecclesia reformanda”, que está na voz passiva e indica que o agente da reforma não é ela própria, mas sim o Espírito de Deus. E este certamente promove o crescimento e a compreensão das Escrituras a cada nova geração, sem com isso admitir que a verdade muda.

As palavras de Voetius vêm sendo reinterpretadas ao longo dos anos e usadas de formas que nunca passaram pela mente do teólogo calvinista holandês. A Igreja Católica, no Concílio Vaticano II, tomou para si a parte final do aforismo de Voetius, “reformanda est”, após reinterpretá-lo para justificar as mudanças que introduziu no catolicismo tradicional. Os seguidores de Helen White, fundadora do Adventismo, usam-no para justificar sua reivindicação de serem uma reforma da Reforma. E mais recentemente, o lema ressoa distorcido, mais uma vez. Uma ala da própria Reforma protestante tem usado o moto para justificar mudanças e inovações na Igreja Reformada que certamente não estão de acordo com as Escrituras.

Só para ilustrar, “Semper Reformanda” é o nome de uma organização religiosa nos Estados Unidos que defende a inclusão de gays e lésbicas no ministério pastoral e o casamento homossexual. O grupo adotou este lema porque entendeu que ele expressa o princípio mater da Reforma, que as igrejas reformadas devem mudar a cada geração, para se contextualizar às mudanças da sociedade, da cultura e das novas compreensões.

Essa, na verdade, sempre foi o entendimento daqueles que acham que o mais importante na Reforma Protestante não foi ter voltado no passado para resgatar as antigas doutrinas da graça, mas de ter ido em frente, promovendo uma mudança no status quo (não estou dizendo que todos os que pensam assim são a favor da agenda GLT). A idéia subjacente é que o novo sempre é melhor. Querem o reformanda mas não o Sola Scriptura. Torcem Voetius.

Na verdade, reformados não podem ser contra a continuidade da Reforma, pois sabem que a Igreja é composta de pecadores. Sabem também que a cada geração novos desafios se erguem contra ela. Todavia, só podem aceitar reformas e mudanças que nos tragam mais para perto da Palavra de Deus. Acho que o ponto central aqui é que os reformados crêem que a verdade não muda e que as reformas que a Igreja deve buscar almejam sempre um melhor entendimento da verdade e uma aplicação relevante dela para seus dias. Há quem acredite que a verdade muda, e quando falam em ecclesia reformanda, estão pensando em mudanças inclusive das antigas verdades professadas pelos reformadores. Para eles, nenhuma delas é intocável. Todas estão sujeitas a reinterpretações tão radicais a ponto de se tornarem totalmente outras. É aqui que está a principal diferença entre os reformados e os reformandos ou reformistas.


Autor: Augustus Nicodemus Lopes


Fonte: [ O Tempora, O Mores ]

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