Não Sei se sou Salvo

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Paul Washer

Vida, um cavalo chucro

sexta-feira, 16 de setembro de 2011




A vida é como cavalo chucro. Não obedece prognósticos, não segue vaticínios, não possui lógica. Quando se puxa à direita, segue em frente, quando a rédeas cedem, acreditando-se que continuará adiante, empaca num marasmo irritante. Desperdiçam-se enormes pedaços da existência na busca de encabrestar esse potro selvagem. Controlar a vida se torna um desafio estafante, um delírio de potência.
Ciência e tecnologia, com toda sua soberba, imaginam trazer as variáveis da vida sob tutela. Infelizmente, as admiráveis conquistas médicas, meteorológicas ou cibernéticas permanecem longe, muito longe, de subjugar o tal potro.
O século XXI iniciou-se com uma resignação global. As desilusões do século foram tantas que poucos ainda sonham com a possibilidade de conseguir uma vida bem domesticada. As ideologias políticas, outrora fortíssimas, capitularam diante do império do mercado. Mesmo as autopropaladas democracias, mais do que nunca, contratam marqueteiros para se viabilizarem. Candidatos a cargos públicos nunca chiam quando, vendidos como sabonetes.
A inquietação persiste: como tornar o futuro um pouco mais previsível? Resta a religião. Os templos lotados atestam para a necessidade humana de antecipar-se aos acidentes, de prever intempéries e de se proteger do contingente. Com o desencanto pós-moderno, avivou-se a crença de que Deus protege quando contempla a contrapartida humana de cumprir suas exigências. Sobejam marqueteiros religiosos que repetem (nunca de graça): “Deus protegerá os filhos debaixo de suas asas”. (Existem mesmo redomas de aço ao dispor dos santos?). “Com Deus”, prometem os místicos, “mal nenhum acontecerá”. Livretos religiosos repetem, ad nauseum, fórmulas de “fechar o corpo”, “quebrar maldição”, “receber milagre”, “alcançar graça”. Os jargões, decorados e esbravejados, tentam gerar uma fé que enjaula o futuro selvagem.
Busca de milagre não passa de esforço para tornar o dia a dia mais plácido, previsível, sem sacolejos e sem surpresas desagradáveis. Acontece que essa mentalidade não encontra eco na tradição judaico-cristã. Jesus jamais ensinou esse tipo de fé. Ele se esforçou para mostrar aos discípulos que Deus se empenha em mudar os conteúdo do coração. No universo conceitual de Cristo, o mundo está repleto de lobos, sofre ameaças e perigos da natureza. Para Cristo, viver é perigoso.
Fé tem a ver com a capacidade de lidar com pelo menos quatro facetas da existência:estações, emoções, decisões e relações.
Estações compõem o fluxo da história em fases. Nelas, há períodos claros: infância, adolescência, vida adulta, meia e terceira idades. Viver é ter sabedoria de apreciar cada fase com sua beleza, limitações e desafios.
Emoções descrevem os sentimentos quando se reage aos eventos. Emoções se revezam em picos de euforia e vales de tristeza. Vive quem souber lidar com essa gangorra, o sobe e desce emocional.
Decisões representam o grau de liberdade que todos dispõem e que escancaram novas avenidas para o amanhã, sempre inédito. A liberdade humana é limitada. Não se escolhe sexo, cor da pele, hereditariedade e, sequer, o lugar onde se nasce. Ninguém opta se vai ter quer beber água. Essa liberdade não existe. Existe, sim, a atitude do coração ao beber água. O modo como se encara a contingência é determinante na qualidade da vida. O segredo está na reação de cada um diante das vicissitudes ou prêmios compõe o enredo da história de cada um.
Relações indicam que ninguém é uma ilha. Pessoas dependem de pessoas. Viver é relacionar-se. Vive quem sabe lidar com o semelhante, na paciência de aprender a amar e deixar-se amar.
Vida é alazão sempre arisco e indomável. Assim, só vive quem respeita as fases que o tempo escancara, quem lida com as flutuações emocionais, quem reconhece e aceita os desdobramentos das decisões, e quem se vê irmão na vasta família humana.
E que o potro esperneie. Venha o que vier, a vida não mete medo.
Soli Deo Gloria
 Ricardo Gondim

Malafaia pediu, a gente posta: “blogueiros são filhos do diabo”, diz o pastor

sábado, 10 de setembro de 2011


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O Pr. Silas Malafaia, no programa da semana passada (pois nessa semana ele está reprisando pela enésima vez a profetada gospel do Morris Cerullo), incitou os sites e blogs apologéticos, que criticam sua famigerada Teologia da Prosperidade, a postar o vídeo onde ele chama os blogueiros de “filhos do diabo”.

Pois bem, Silas, abaixo está o vídeo. Apesar de tristes por um pastor se deixar comprar pelos ensinos heréticos da teologia da prosperidade, que nada têm a ver com o Evangelho puro e simples de Jesus Cristo, ficamos felizes por saber que somos reconhecidos como diabos (adversários) dos profetas de Mamom, dos fariseus pós-modernos, dos lobos que ensinam as ovelhas a entesourarem na terra, a colocarem seus corações nas bênçãos materiais, ao invés de buscarem unicamente, e sem maiores interesses, a Jesus.

A Deus (ao verdadeiro!) seja toda a honra e toda a glória para sempre.


“Vós fazeis as obras de vosso pai. Disseram-lhe, pois: Nós não somos nascidos de prostituição; temos um Pai, que é Deus. Disse-lhes, pois, Jesus: Se Deus fosse o vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que eu saí, e vim de Deus; não vim de mim mesmo, mas ele me enviou. Por que não entendeis a minha linguagem? Por não poderdes ouvir a minha palavra. Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira. Mas, porque vos digo a verdade, não me credes.” – Jo 8.41-45

Realmente, em alguns pontos concordamos, porém é preciso lembrar que dentro da tradição de Israel havia vários tipos de profetas: os profetas pagos, aqueles que eram pagos para profetizar mentiras direcionadas pelas vaidades dos reis de Israel; os falsos profetas, que surgiam em meio ao povo com falsas profecias, para enganá-lo, porém sucumbiam com suas próprias palavras; e o outro tipo eram os profetas do Deus Altíssimo, que traziam as verdades de Deus, não importando o que isso lhes custaria. Profetizavam contra os reis, contra a sociedade, muitos perdendo a vida, porém significam a boca de Deus em meio ao povo.

Outro ponto é a questão de que Deus é juiz, e é nesse ponto que devemos ter grande temor. Esse blog está firmado no princípio de que Deus tudo vê e tudo sabe, e é Nele que confiamos como verdade absoluta. Realmente, um dia todos nós seremos julgados diante do Trono Daquele cujo nome é o único digno de louvor e glória, e é a isso que tememos.

Mateus 7 deixa claro que, na mesma medida em que julgarmos, seremos julgados. Gálatas 6 também nos diz que de Deus não se zomba, e que o homem colhe o que planta. Baseados nisso é que combatemos as heresias e os falsos profetas de nossa época. Porém, jamais nos esquecemos de que a Igreja de Cristo tem sua responsabilidade para com o mundo, responsabilidade essa que tem sido negligenciada pelos pregadores da teologia da prosperidade, teologia essa fundamentada em princípios puramente terrenos, pois a prosperidade bíblica não compartilha com as vaidades humanas.

Prosperidade cristã é fundamentada em três princípios:

1) responsabilidade social: é preciso que a Igreja produza cristãos com uma fé cidadã, ou seja, uma fé que responda às necessidades dos seres humanos no mundo, uma fé que enxergue a fome, a pobreza, a destruição da vida pelas guerras, que reconheça a destruição do planeta e que tenha, acima de tudo, o compromisso com a vida, a vida em abundância que Cristo prometeu, não produzida para a vaidade, mas sim na essência do Evangelho, que é o amor ao próximo, e isso vem totalmente contrário à teologia da prosperidade, pois nela a verdadeira essência está no Eu, produzido na cegueira e na busca desenfreada dos tesouros deste mundo;

2) responsabilidade com o Reino de Deus: essa responsabilidade é de todos aqueles que reconhecem no mundo seu verdadeiro papel como membros de uma Igreja, que deve responder ao clamor do mundo em suas necessidades essenciais, que são salvação, libertação do pecado e transformação do caráter de todo aquele e aquela que se coloca diante de Deus, e tem sua vida transformada de dentro para fora, através do Evangelho de Cristo Jesus. Essa transformação não é para os deleites, mas sim para que o Reino de Deus seja estendido ao mundo, provocando nele transformações de vidas. Esse é o papel dos políticos, dos professores, dos líderes, ou seja, de cada cristão: ser sal e luz para o mundo que caminha em trevas;

3) responsabilidade com a verdadeira missão da Igreja: amar os seres humanos como Deus nos amou, pois o texto áureo da Bíblia nos diz que Deus amou o mundo de tal maneira, que enviou Seu Filho para que o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Essa é a mensagem central do verdadeiro Evangelho de Cristo, e essa é a boa-nova da Igreja para o mundo.

E essa é nossa bandeira, é a nossa teologia, que prega a soberania de Deus, contrária e acima de toda vontade humana. Podemos ser chamados de “filhos do diabo” ou até mesmo de “fariseus”, como já fomos chamados por uma multidão na Marcha para Jesus de 2010, mas temos a consciência de que lutamos contra a realidade do mundo, pois lutamos pela liberdade moral, pois não somos escravos do pecado e nem escravos das leis humanas.

Sabemos que incomodamos, mas incomodamos pois não somos levados por qualquer vento de doutrina. Não nos deixamos sucumbir pelas vaidades do mundo, pelos tesouros dessa terra, motivados por ouro e prata desse mundo. Não nos deixamos influenciar por jatinhos, carros importados, roupas de grife, mansões e toda a pompa que os tesouros desse mundo podem dar. Somos proclamadores da Igreja invisível de Cristo Jesus, que está além dos tesouros dessa terra.

Somos a voz que clama no deserto, que clama alto “raça de víboras, arrependei-vos, pois vos é chegado o Reino dos céus”. Essa é a mensagem de todos e todas que crêem no Evangelho puro e simples.

Realmente, eu creio que o Justo Juiz julgará a todos, e é nisso que meu coração crê, que muito em breve, todos e todas daremos conta de cada palavra.

“… onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade.” – 2 Co 3.17
Por: Paulo Siqueira

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